22 de agosto de 2016

Segundas-feiras



Eu costumava gostar das segundas-feiras. Talvez ainda goste, mas não hoje.

Fico besta em ver o tempo que gastamos com coisas que não valem a pena, deixando de viver aquilo que realmente vale. Empregos que não pagam o suficiente, chefes que te tratam como máquinas ou robôs, transporte público que tortura, trânsito que não tem fim, pessoas que só sabem criticar... É uma carga muito pesada, que ninguém deveria ter que carregar.

O que mais me chateia é o tempo que perdemos com coisas deste tipo. Tempo que poderíamos estar usando de forma muito melhor, pra gente e para os outros. Quando paro pra pensar nisso, fico chateada.

Queria estar vivendo de uma forma mais livre, mais leve. Queria estar usufruindo do meu tempo com minha família e amigos; ajudando em causas de forma voluntária; conhecendo o mundo e deixando ele me conhecer também. 

Ao invés disso, tô aqui atrás de uma tela, num escritório enorme, cheio de gente ocupada em se ocupar de coisas que não valem a pena. Daqui a pouco vou encarar cerca de uma hora e meia entre ônibus-metrô lotado-ônibus até a minha casa, onde vou encontrar meu marido também cansado e estressado com o dia trabalho - e provavelmente ainda respondendo e-mails, trabalhando. Farei uma janta rápida, tomarei banho, falaremos de como nossos dias foram chatos e iguais aos demais. Vou dormir cedo para madrugar amanhã e recomeçar tudo outra vez.

E há quem diga que isso é viver. Eu chamo de sobreviver. E busco ajuda para sair dessa.



15 de agosto de 2016

Uma postagem meio macabra...



Eu vou direto ao ponto: você já ficou obcecado com a ideia da morte?

Ultimamente eu tenho pensado muito nisso e tem sido meio bizarro. Fico me questionando coisas do tipo: "se eu morresse hoje, iria feliz?", "o que eu ainda preciso realizar antes de deixar este planeta?", "como ficarão as pessoas que amo?", "tenho segredos que chocarão minha família após minha ausência desse mundo?".

Tem sido tão, mas tão bizarro que estou considerando fazer uma "bucket list" (lista de coisas que eu preciso fazer antes de partir desta para melhor), penso em escrever cartas pros meus familiares, checar seguros de vida e coisas desse tipo. 

Vocês já tiveram dessas "neuras"? Se sim, compartilha comigo! Quem sabe assim eu me ache menos esquisita.

Boa semana! ;)

16 de dezembro de 2015

"Como Nossos Pais"


Acredito que seja normal compararmos o que somos hoje ao que nossos pais eram na nossa idade. Você já deve ter feito isso alguma vez.

Por exemplo, minha mãe engravidou de mim aos 24 anos. Nesta idade eu nem namorado tinha, quem dirá filhos. Aos 30 anos eu penso que meus pais eram adultos completamente maduros, com suas vidas mais ou menos resolvidas e eu nem mesmo sei onde estarei no fim de semana. E no fim de semana já terei 30 anos - hoje ainda tenho 29.

Lembro de ser criança e ter total segurança em relação ao que eles me diziam - eles sabiam sobre tudo, sempre. Hoje eu os vejo de forma tão diferente e isso me incomoda às vezes. Eles são menos super-heróis, agora são mais reais e mais humanos. Eles constantemente erram em suas suposições, precisam de ajuda para várias coisas e não me deixam mais tão segura em relação ao que afirmam. É obvio que gosto de estar com eles, mas ao invés de simplesmente relaxar porque um ou outro sabe exatamente o que está fazendo, eu tenho que ser parte de algumas conversas sérias e tomar decisões por eles também.


Como era fácil ser criança, como era fácil achar que meus pais eram os adultos mais sabichões do universo. Como cansa tomar decisões o tempo todo e lidar com as consequências de cada uma delas. Às vezes eu não queria decidir o que vou comer, queria chegar em casa e ter que comer fígado porque minha mãe disse que era bom pra saúde e porque se eu não comer, além de não ter sobremesa, ficarei de castigo. Queria acordar num sábado e ouvir que Hoje vamos ver o vovô e não ter mais nada a discutir a respeito.

15 de dezembro de 2015

Mais uma noite quente de dezembro


Fui acordada por seus latidos. Olhei e ela estava em pé ao meu lado, olhando fixamente para a cabeceira da cama. Demorei a entender o que estava acontecendo, porque Lily é sempre tão quietinha durante a noite... Será que estava incomodada com o calor? Mas aí eu vi a pontinha de um dos meus prendedores de cabelo. Por algum motivo Lily queria pegar aquele negócio.

Ainda muito sonolenta, estiquei o braço e toquei o prendedor de cabelo - que se moveu para trás rapidamente. Meu cérebro juntou algumas informações de modo muito rápido para quem estava num sono profundo: "Ei, essas coisas não andam". Levantei imediatamente e quase morri de desgosto ao confirmar que o prendedor não era um prendedor: a tal da coisa para a qual Lily latiu não estava mais ali, o que sugeria que se tratava de um ser vivo.

Corri para acender a luz. Ouvi um tec-tec-tec próximo à cama. Ai meu Deus, uma barata! Eu toquei numa barata! Nojo, nojo, nojo! Imóvel, sem nem piscar, fiquei encarando aquele serzinho nojento de anteninhas melindrosas. Pensa logo, faz alguma coisa! Eu estava apavorada demais para me mexer.

E de repente nossa amiguinha voou para cima do travesseiro - sim, ela tem a-s-a-s! Corri e abri a janela. E ela continuava lá, caminhando alegremente pelo meu travesseiro. Lily olhando atentamente e Dory também - a pobrezinha acabou acordando com toda a movimentação anti-cuca.

Não sei de onde saiu essa coragem, mas agarrei o travesseiro com a coleguinha antenuda e a arremessei pela janela. Ouvi um "poc", acho que ela bateu no chão, na parede, em algum lugar lá fora. Fechei a janela depressa e corri para trocar a fronha e lavar as mãos. 

Depois de alguns minutos deitei novamente, toda desconfiada e agradecida por ter Lily sempre por perto. O que seria de mim sem essa pinscher nervosinha?

Hoje não vou abrir a janela. Hoje Lily vai dormir ainda mais pertinho de mim. 

11 de dezembro de 2015

Oi, eu sou a pessoa que escreve "O Terapeuta"




Para ser sincera não sei porque eu parei de escrever - faz ANOS que não posto nada aqui. Eu digo a mim mesma que foi devido à falta de tempo, mas não é possível que tenha sido somente isso. O fato é que muito tempo se passou desde estive aqui pela última vez e é incrível o tanto de coisas que muda na vida da gente em apenas 3 anos...


Não tenho certeza de já ter mencionado minha idade aqui no blog, mas eu tenho 29 anos. E, sendo muito exata, farei 30 anos daqui a sete dias. Claro que eu tive um princípio de crise dos trinta anos, mas acabou tão rápido quanto começou. Na verdade, agora eu estou super curtindo este amadurecimento, pois acho que sou uma pessoa bem mais interessante e resolvida hoje e não estou mais preocupada com esse lance bobo de idade. 

Eu moro em São Paulo desde que nasci e moro sozinha desde março desse ano, depois que minha mãe se mudou para uma outra cidade. Eu estava cursando Letras na USP até pouco tempo atrás, mas finalmente me formei. Atualmente trabalho na área educacional e sou muito feliz profissionalmente. Namoro há 5 anos e pretendemos nos casar muito em breve. Tenho duas cachorrinhas lindas - uma delas foi adotada há apenas dois meses - e sou mega fã de animais. Não tenho muitos hobbies, mas adoro ler e escrever.

Uma coisa é fato: eu sinto falta de manter minhas redes sociais ativas e dialogar com gente que, como eu, tem umas crises existenciais meio malucas de tempos e tempos. É tão bom assumir sentimentos que achamos que só nós possuímos e que são mega estranhos e descobrir que, pelo menos, meia-dúzia de pessoas sente o mesmo no mundo.

E é por isso que estou voltando, eu acho. Vamos ver quanto tempo isso dura. Vamos ver se eu ainda há gente aí que se sente como eu às vezes. Prazer, pode me chamar de T.






21 de março de 2012

Procurando pêlo em ovo

 

Eu estava refletindo sobre minha mania de nunca, jamais, parar de reclamar da vida. Você já notou que sempre há alguma coisa que gostaríamos que fosse diferente? Que não nos agrada 100%? Isso é natural de nós, simples seres humanos.

Pois bem, eu percebi que de nada adianta o tempo passar e a vida mudar e as coisas evoluírem, pois sempre haverá algo que não estará exatamente do jeito que a gente quer.

E quer saber? Isso me fez acordar para o fato de que talvez reclamemos à toa, sendo que temos tudo aquilo de que precisamos. Deveríamos era estar agradecendo. 

Você tem saúde? Pois há pessoas em leitos de hospitais nesse momento, lutando pela vida, sofrendo com a dor, com a falta de esperança. Você tem o que comer? Há gente passando fome, que daria tudo para comer aquele almoço para o qual você torceu o nariz. Você acha que não tem o que vestir? Há gente morrendo de frio por este mundo afora, sem nem mesmo um lar para viver.

Nascemos com essa mania de olhar somente para os nossos próprios umbigos e de achar que há sempre algo de errado a ser "consertado" ou "melhorado". 

Precisamos parar de procurar a felicidade por aí, quando ela já está em nossas vidas. Precisamos parar de pedir, quando deveríamos estar agradecendo, doando. É preciso que a gente pare de ser tão egoísta. Olhe para a sua vida e veja o quanto você já tem. 

E sorria! Você é feliz sim! =)




28 de dezembro de 2011

Gavetas da Vida


É um sentimento estranho... Tudo está bem e, por uma estúpida falta do que fazer, um ócio altamente nocivo, começamos a fuçar em gavetas que jamais deveriam ser abertas.

Gavetas do passado, gavetas do presente, mas que se mantinham intocadas. Se mantinham... Até hoje.

Por que temos essa necessidade incontrolável de querer saber cada pequena coisa? Não está tudo bem? A felicidade não é sua companheira? Por que, então?

Ficar remoendo a culpa também não é o caminho. Esse é um caminho que vai sempre levar à dor - desnecessariamente.

Tudo que eu quero e preciso saber agora é como fechar as gavetas que abri e esquecer que elas existem. Mas não é simples assim. Minha mente não para de trabalhar, pensamentos flutuam de um lado a outro, provocando-me, atiçando sentimentos que não me fazem bem.

Ainda ontem eu exalava alegria. Como eu pude sozinha estragar isso? Como eu poderei sozinha resolver?

Deve ser o fim do ano, essas festas todas. Elas acabam deprimindo a gente. 

Quando vou parar de me auto-sabotar?

[suspiros]

[...]