22 de agosto de 2016

Segundas-feiras



Eu costumava gostar das segundas-feiras. Talvez ainda goste, mas não hoje.

Fico besta em ver o tempo que gastamos com coisas que não valem a pena, deixando de viver aquilo que realmente vale. Empregos que não pagam o suficiente, chefes que te tratam como máquinas ou robôs, transporte público que tortura, trânsito que não tem fim, pessoas que só sabem criticar... É uma carga muito pesada, que ninguém deveria ter que carregar.

O que mais me chateia é o tempo que perdemos com coisas deste tipo. Tempo que poderíamos estar usando de forma muito melhor, pra gente e para os outros. Quando paro pra pensar nisso, fico chateada.

Queria estar vivendo de uma forma mais livre, mais leve. Queria estar usufruindo do meu tempo com minha família e amigos; ajudando em causas de forma voluntária; conhecendo o mundo e deixando ele me conhecer também. 

Ao invés disso, tô aqui atrás de uma tela, num escritório enorme, cheio de gente ocupada em se ocupar de coisas que não valem a pena. Daqui a pouco vou encarar cerca de uma hora e meia entre ônibus-metrô lotado-ônibus até a minha casa, onde vou encontrar meu marido também cansado e estressado com o dia trabalho - e provavelmente ainda respondendo e-mails, trabalhando. Farei uma janta rápida, tomarei banho, falaremos de como nossos dias foram chatos e iguais aos demais. Vou dormir cedo para madrugar amanhã e recomeçar tudo outra vez.

E há quem diga que isso é viver. Eu chamo de sobreviver. E busco ajuda para sair dessa.



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