15 de dezembro de 2015

Mais uma noite quente de dezembro


Fui acordada por seus latidos. Olhei e ela estava em pé ao meu lado, olhando fixamente para a cabeceira da cama. Demorei a entender o que estava acontecendo, porque Lily é sempre tão quietinha durante a noite... Será que estava incomodada com o calor? Mas aí eu vi a pontinha de um dos meus prendedores de cabelo. Por algum motivo Lily queria pegar aquele negócio.

Ainda muito sonolenta, estiquei o braço e toquei o prendedor de cabelo - que se moveu para trás rapidamente. Meu cérebro juntou algumas informações de modo muito rápido para quem estava num sono profundo: "Ei, essas coisas não andam". Levantei imediatamente e quase morri de desgosto ao confirmar que o prendedor não era um prendedor: a tal da coisa para a qual Lily latiu não estava mais ali, o que sugeria que se tratava de um ser vivo.

Corri para acender a luz. Ouvi um tec-tec-tec próximo à cama. Ai meu Deus, uma barata! Eu toquei numa barata! Nojo, nojo, nojo! Imóvel, sem nem piscar, fiquei encarando aquele serzinho nojento de anteninhas melindrosas. Pensa logo, faz alguma coisa! Eu estava apavorada demais para me mexer.

E de repente nossa amiguinha voou para cima do travesseiro - sim, ela tem a-s-a-s! Corri e abri a janela. E ela continuava lá, caminhando alegremente pelo meu travesseiro. Lily olhando atentamente e Dory também - a pobrezinha acabou acordando com toda a movimentação anti-cuca.

Não sei de onde saiu essa coragem, mas agarrei o travesseiro com a coleguinha antenuda e a arremessei pela janela. Ouvi um "poc", acho que ela bateu no chão, na parede, em algum lugar lá fora. Fechei a janela depressa e corri para trocar a fronha e lavar as mãos. 

Depois de alguns minutos deitei novamente, toda desconfiada e agradecida por ter Lily sempre por perto. O que seria de mim sem essa pinscher nervosinha?

Hoje não vou abrir a janela. Hoje Lily vai dormir ainda mais pertinho de mim. 

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